29 março 2013

Mondo vero

Deitei. Meu estômago doía; o tumor já se mostrava sem pudores, deixava a covardia. Não disse nada. Não fiz exame algum. Meus filhos comentaram minha palidez, sem mais preocupações. Voltei de Nápoli realizada, esquecida do anúncio fisiológico de que o fim de aproxima e acabei por contagiar minha família. Naquele domingo, antes de deitar, vi grandes sorrisos, covinhas nas bochechas denunciadoras tanto de alegria quanto de parentesco. Vi gestos, abraços, beijos, brilhos de cabelos. Senti cheiros intensos, sabores e ouvi gracejos, afagos. Fragile, na cama, pus os dentes a rezar. Grazie.

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