10 maio 2014


Ponte

Mesmo com o cansaço e o conhaque, o lamentar incessante de Juan, a névoa, o motor e os pensamentos ainda embaralhados, Nigro podia ver a ponte. A sua cidade parecia entrar para a água, depressiva como ele. Estava arrepiado - talvez fosse febre - e dolorido. Sentia raiva porque, enfim, descobrira-se covarde. Verdadeiro idiota. Ver a ponte não o fazia esquecer, mas era o indício de que a esperança estava para voltar.

#reveza2x2 - ilustração de Solange Pereira Pinto - conto de Liana Aragão

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