21 novembro 2006

Poesia visual e contos palpáveis

Tem entrevista bacana do Marcelo Sahea aqui. E tem convite do lançamento do livro do Ronaldo Cagiano, hoje, aí embaixo.


19 novembro 2006

Segunda-feira: dia da Consciência Negra

Durante toda a semana tem programação na UnB. Veja aqui. E além das inúmeras matérias que "colorem" os jornais para lembrar a data, veja o ensaio da profª Regina Dalcastagnè, publicado no caderno Pensar do Correio Braziliense de sábado. Nele, ela fala sobre representação de negros na literatura brasileira contemporânea e faz destaque sobre os livros Um defeito de cor (Record), de Ana Maria Gonçalves, O paraíso é bem bacana (Cia das Letras), de André Sant'Anna, Bandeira negra, amor (Objetiva), de Fernando Molica, e Ninguém é inocente em São Paulo (Objetiva), do Ferréz. Leia trecho do ensaio abaixo:


Dizem que os esquimós possuem inúmeras palavras para designar o que nós chamamos de branco. Pode parecer estranho, mas algo bem semelhante se dá na nossa literatura. Basta notar que as personagens brancas são representadas em uma infinidade de matizes: pertencem a todos os estratos sociais, exercem as mais diferentes profissões, vivem variados dilemas existenciais, afetivos, políticos, em suma, se constituem como indivíduos em um imenso universo de possibilidades. É o contrário do que acontece com as personagens negras, às quais costumam estar reservados pequenos nichos, geralmente os mais subalternos e miseráveis. (Correio Braziliense, Pensar, 18/11/06, p. 3)

Terça-feira: lançamento e cinema

Ronaldo Cagiano lança, a partir das 19h, no Café com Letras (203 Sul), o livro Dicionário de pequenas solidões, pela editora Língua Geral do escritor angolano José Eduardo Agualusa. Ah, não dei notícia, mas vale o registro: Ronaldo deu entrevista a propósito do já polêmico livro Todas as gerações (LGE), por ele organizado. Foi no Leituras, da TV Senado, e o programa foi exibido sábado, dia 18, e reexibido hoje, às 8h e às 20h30. Ainda temos tempo de ainda dar uma espiada.

Começa no mesmo dia o 39° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Várias mostras competitivas, oficinas, seminários, lançamentos e muita badalação. Veja a programação aqui.

12 novembro 2006

Revista Literatura - a sadeira?

Recebi de Nilto Maciel alguns exemplares do n° 32 da revista Literatura, por ele editada. Há alguns dias, anunciei aqui a morte da revista, por falta de verba e apoio. Entretanto, há pouco soube que pode haver esperança. O relançamento da revista está sendo cuidadosamente pensado. Não se sabe ainda por qual meios ela deverá circular, mas a intenção de retomada existe. Vamos torcer. E não é demais lembrar que nesse último (?) número há um conto meu, chamado "Fabrício Cidadão dos Santos Ferreira". Confira um trechinho.

Fabrício Cidadão dos Santos Ferreira odiava a escola, as paredes cheias de desenhos, os alunos que tinham dinheiro pro picolé. Gostava de trabalhar. Tinha doze anos e acabara de ser demitido sem justa causa do segundo emprego. Quebrava pedra atrás do morro. Fazedor de brita e de areia. Gostava.

E por falar em Nilto Maciel...

...junto com as revistas, o autor me mandou dois romances. Já estou com coceira pra começar. São eles: Estaca zero (Edicon), de 1986, e o instigante já no título Os varões de Palma (Códice), de 1994. Logo logo comento.

Todas as gerações no Correio

Saiu uma resenha bombástica no caderno Pensar do Correio Braziliense do último sábado. Assinado por Sérgio Sá, o texto tem como mote a falta de unidade dos contos reunidos na antologia Todas as gerações (LGE), organizada por Ronaldo Cagiano e com um conto meu. Sá chega a declarar que a quantidade (são 102 autores) foi privilegiada em detrimento da qualidade dos textos. Alguns autores - muitos já consagrados, diga-se - foram exaltados. O jornalista também elogiou os contos dos (quase) estreantes Juliano Cazarré e Pedro Biondi. Logo no subtítulo, Sá destacou: "Com 102 autores, a antologia Todas as gerações - o conto brasiliense contemporâneo apresenta bons momentos de ótimos escritores. Mas o resultado é demasiadamente irregular devido à grande quantidade de textos ilegíveis, piadas e doses de auto-ajuda". Concordo em parte: admito que há ali contos muito ruins (julgamento discutível, claro), mas qual é o problema de lermos piadas e auto-ajuda? Talvez fosse mais fácil discutir se Sá tivesse mencionado um ou outro que se encaixassem nessas categorias. Entretanto, de antemão, julgo que o entretenimento ainda pode ser o salvador da literatura. Se é que ela vai precisar de salvação.

07 novembro 2006

Ninguém é inocente

Estou lendo um livro imperdível. Questionável, mas imperdível. Um Ferréz em contos, imagine. Ninguém é inocente em São Paulo (Objetiva) é o terceiro livro do autor paulistano e o primeiro de contos. São dele Capão pecado e Manual prático do ódio. Veja o blog dele aqui.

Lançamento no Rio

O escritor colombiano Efraim Medina Reyes lança hoje o livro Pistoleiros/putas e dementes (Garamond), na livraria Letras e Expressões do Leblon, a partir das 21h.

Gestão cultural

Estão abertas as inscrições para o curso de especialização em gestão cultural, promovido pelo CEAD-UnB em parceria com o Ministério da Cultura. O objetivo é preparar os alunos para formulação, avaliação e gestão de políticas de cultura. Outras informações aqui.

06 novembro 2006

Simpósios sobre gênero

Próximos dias 16 e 17, acontece a Jornada de Gênero e Literatura, na UnB (auditório do Departamento de Teoria Literária e Literaturas (ICC - central)). Organizado pela profª Paloma Vidal, o evento reúne estudantes e pesquisadores preocupados com questões relativas a gênero. Eu estou entre eles e reapresento trabalho sobre Ivana Arruda Leite e Clarah Averbuck. Veja programação abaixo.

--- 16/11 – Quinta-feira ---

9h-11h - GÊNERO E MERCADO: VISIBILIDADES EM QUESTÃO
- Deslocar-se para recolocar-se: os amores entre mulheres nas recentes narrativas brasileiras de autoria feminina, Virgínia Maria Vasconcelos Leal
- Obscenos contratos – o mercado editorial e a construção de estereótipos femininos, Larissa Dantas
- Clarah Averbuck e Ivana Arruda Leite: novas escritoras, novos olhares?, Liana Aragão
- A menina sudaca irá à venda? Eltit e o mercado, Paloma Vidal

14h-16h - NARRATIVA E CONDIÇÃO FEMININA: PARA ALÉM DO ESTEREÓTIPO? (I)
- O espaço da mulher no romance brasileiro, Regina Dalcastagnè
- A subalternidade das personagens mulheres no romance brasileiro contemporâneo, Anna Luiza de V. Cavalcanti
- Papel de mulher, mulher de papel: estereótipos femininos no romance brasileiro contemporâneo, Laeticia Jensen Eble
- “Elas eram muitos cavalos”: análise da representação feminina na obra Eles eram muitos cavalos de Luiz Ruffato, Gleiser Mateus Ferreira Valério

16h-18h - O CORPO DA MULHER: CONSTRUÇÕES MATERIAIS E SIMBÓLICAS
- O corpo como instância de aprendizado em Martha Quest, Cíntia Schwantes
- A máscara da sedutora – exemplo de gótico moderno, Marly Jean Vieira
- Marias de Deus, Wiliam Alves Biserra

--- 17/11 – Sexta-feira ---

9h-11h - OUTRAS VOZES: REPRESENTAÇÃO E PRECONCEITO
- Sem surpresas: problemas na recriação de vozes infantis na narrativa brasileira contemporânea, Anderson Luís da Mata
- Os homossexuais em Caio Fernando Abreu: falando de si, Mariana de Moura Coelho
- A obscenidade da velhice feminina: rompimento do olhar na literatura, Susana Moreira de Lima

14h-16h - NARRATIVA E CONDIÇÃO FEMININA: PARA ALÉM DO ESTEREÓTIPO? (II)
- O espaço transgênero na cidade de Marieta e Ferdinando, de Sérgio Sant´Anna, Adelaide Calhman de Miranda
- Estereótipos na literatura de cordel: Uma análise das personagens femininas na obra de Patativa do Assaré, Bruna Paiva de Lucena
- A representação das mulheres negras na narrativa brasileira contemporânea, Marina Farias Rebelo
- Sexualidade e corpo: uma abordagem a partir da autorepresentação das mulheres nos romances brasileiros contemporâneos, Márcia Maria Nóbrega de Oliveira

16h-18h - NOS PALCOS, NAS TELAS, NOS BAILES FUNK: REPRESENTAÇÃO E AUTO-REPRESENTAÇÃO
- Tarsila, Olga e Pagu: nos palcos e nas telas, André Luís Gomes
- A mulher em cena: a auto-representação nas dramaturgas brasileiras contemporâneas, Laura Castro de Araújo
- A mulher no cinema da retomada, Paula Diniz Lins
- As replicantes do outro lado do muro, Patrícia Mattos de Oliveira


Recebem-se revistas

Revistas que (teoricamente) já não servem para nada podem ser doadas para o projeto Reviste-se!. Promovida pela PACTA, a iniciativa tem como objetivo levar informações, que muitas vezes servem como material histórico, a crianças e adolescentes de baixa renda. Assim, foi fechada parceria com a Biblioteca Braille Dorina Nowill, na CNB 01 - Área Especial - Taguatinga (Telefone: 3901-3549), que fomentando o projeto Hemerotecas Criativas, com oficinas do Brincando de Biblioteca com Programa Literário. A idéia é ajudar os professores das escolas públicas a criar hemerotecas em suas instituições de ensino. Participe.

03 novembro 2006

Zezé e o Planalto Central

Conheci na última terça-feira a Maria José Silveira. Doçura de pessoa. Ligadíssima à produção contemporânea. E ainda tem bons romances. Confira O fantasma de Luis Buñuel e o recém-lançado Guerra no coração do cerrado. Uma literatura tudo a ver com Brasília, certa homenagem dessa goiana ao ambiente árido que a acolheu na adolescência.

FIC literária

Além dos filmes baseados em obras literárias, o Festival Internacional de Cinema, em Brasília, dedicou programação exclusiva à discussão das relações entre cinema e literatura. É o Seminário Literatura e Cinema, nos dias 6 e 7/11, das 16h às 18h, com palestras sobre os filmes e livros.

E ontem eu assisti ao belíssimo Cem escovadas antes de ir para a cama, baseado na biografia homônima de Melissa Panarello. Ele será reexibido algumas vezes ainda no Festival. A programação está disponível nas bilheterias da Academia de Tênis e aqui.