16 julho 2013

Tal salamandra

Os peitos pingavam leite. Mamavam o de três anos e o recém-nascido, ainda sem nome. Daniel? Leonardo? Manoel? Mais fácil fosse menina. Cruzava com os dois o deserto pra vender temperos do lado de lá. Conheceu um preto que andava com a morte. Não sentia medo. Acolheu-o. Ao jipe tinha afeição; só lhe afligia a canga invariavelmente amarrada ao volante - a fim de preservar o couro do sol. Era o único momento em que se sentia igualmente presa e insegura. Cabelos longos e duros de terra. Lembrava correia dentada. Lembrava gengiva no mamilo.

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