04 maio 2013

Nadine

O andar não poderia ser tão equilibrado; as pernas quase tortas e brancas. Queria ter saído artista, talvez expert em instrumentos musicais. Achava bonito. Não gastava o precioso tempo que tinha com exercícios físicos, discussões ou fofocas, mas era absoluta a certeza de que morreria cedo. Decorara Faroeste Caboclo. Gostava de shorts, sorvete de morango, biografias. Os cabelos sem corte passavam dos ombros - no enquadramento não havia orelhas. A teologia a encantava, ainda que não fizesse segredo de sua agnosticidade. Sem vocação para o excêntrico, passava despercebida aos outros, comia hot-dogs, via filmes numa sala cult, tomava vinho e sorvia coisas. Era o que Gil tinha a dizer sobre a mulher que considerava a mais interessante de todas.

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