Joaquim
Cantarolava um ponto. Juntava
as pedrinhas. Pronto. Oferecia. Frente aos dois discípulos corpulentos, molhou
um maço de arruda e sacudiu sobre eles. Tudo era bento naquelas cachoeiras de
Xangô, cria. Iniciava uma oração, pisava nas vestes, ajeitava as contas. Os
discípulos acompanhavam. Criavam, entre si, uma força que para os céticos se
traduzia em confiança.
Era pai deles. E suas histórias eram tão eruditas quanto
fluídas e maleáveis, conforme o curso mole que as pedras desenhavam. Os discípulos
ouviam com atenção. Agradeciam.
#reveza2x2 - conto de Liana Aragão - ilustração de Solange Pereira Pinto
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