04 dezembro 2012

338/365
Áurea

Sozinha, arrumou um peixe que logo morreu. Recomendaram-lhe um cachorro. Soou uma boa ideia. Achou um pequeno, bonitinho, "impossível não se apaixonar", repetia a moça da pet. Áurea acreditou e arrasta, por três meses, o convívio com o animal. Odeia-o a cada instante, a cada rosnar ou latido. Detesta comprar ração. Olha nos olhos do bicho e se controla para não lhe dizer poucas e boas. Contem-se. Ele, por sua vez, a ama inteira. E, diferente do que uma companheira de apartamento ou um namorado, não pode simplesmente romper e mandá-lo embora.

337/365
Fúlvia

Foram poucas as vezes em que estive perto de ter uma relação sexual. Juventude longa e enfadonha, em meio a bordados e cursos de economia doméstica. Agora, velha, me viciei em filmes pornográficos. E, ah, confesso para mim: queria putaria na vida. Chupar, me deixar chupar, oferecer orifícios, me sentir livre e atriz. Queria sobretudo ter feito sexo anal.

Nenhum comentário: