06 dezembro 2012

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Lígia

Amanhece na cidade luz. Lígia faz o cabelo. Recolhe uma roupa meio limpa do chão do quarto, acende o cigarro. Liga o tablet e se comove com a morte de seu conterrâneo, exaltada pelo Le Monde. Não chora. Telefona para o pai. Ocupado. Veste as meias, calça a botina. Sai. Vai viver mais uns oitenta e quatro anos.


339/365
Ivonete

Tem pernas cansadas, doídas. Impaciência. Quer se comover com palavras, ensinamentos de uma vida que se mostrou prática e rica. Sabe ser caridosa, doce, cuidadora, simpática e inteligente. Mas, caralho, como as pernas doem.

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