26 julho 2008

A vida segue (sem mim)

Livros são lançados e lamento por não ler nos próximos dez meses, pelo menos, O conto do amor, de Contardo Caligaris. (e vou lamentar também pelos despeitados que não vão ler porque o cara é fodão da Folha de S. Paulo)

Filmes estreiam, com o mais do mesmo cenário-favela, como é o caso de Era uma vez, em cartaz em todos os cinemas desta capital. E ainda tem a versão cinematográfica do seriado Sex and the city. (atire a primeira pedra aquela que nunca assistiu, ou que nunca leu Marie Claire, ou que nunca chorou de rir lendo Maitena) (estou cheia de quem costuma atirar pedras)

Boa crítica segue sendo publicada. (em críticos é raro chegar pedra atirada e minha inocência me impede de querer saber o porquê)

Incrementos são pensados, como os cursos profissionalizantes que serão oferecidos aos beneficiários do Bolsa Família. E foda-se se o intuito for eleitoreiro. (seguem me enfadando os atiradores de pedras)

Poesias continuam sendo feitas, com teclados ou tablets. Bem como o status segue invicto no ranking dos determinantes literários. (aí sou eu a atiradora. e atire a primeira pedra aquele que nunca o foi)

Meu filho cresce lindo e esperto. Meus amigos - ou parte - continuam meus amigos. Meus moment friends continuam afastados e se embaraçam em encontros casuais. E ouvir "Dona", do Roupa nova, continua sendo absurdamente providencial quando se está derrubada. (apesar do forte guarda-chuva colorido, escuto assustada o barulho das pedras. E me aborreço)

PS: Lamento publicamente pela gorducha oxigenada de pernas finas cobertas por leggings que ressaltam celulites e falta-de-bom-senso, que sonha em ser cineasta e tem até talento. Mas se recusa a usar boina, calça xadrez, fumar maconha (ou tolerar o cheiro) e inserir termos técnicos em todas as conversas para humilhar os que não são do ramo. Gorducha, eu torço por você.

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