18 junho 2012

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Dagmar

É das mais antigas pregadoras do Senhor. Pula de igreja em igreja, com a bíbilia debaixo do braço. Ora no ponto de ônibus, na porta do hospital. Mas ontem, justo ontem, chegou espalhafatosa e falastrona ao churrasco de cem anos de seu Abel Batista. Vestido pink - certamente tirado do armário, estilo anos oitenta -, maquiagem brilhante e boca, boca, boca. Falou, comentou sobre o serviço, sobre as obras no Mané Garrincha, sobre o Cachoeira, sobre os maridos da Eudina, da Aparecida e da Cleide. Falou da Eudina, da Aparecida e da Cleide também. Ia trocando de interlocutor. Ficou até a festa acabar, sempre com um copo de cerveja na mão. Foi um domingo em que se esqueceu do Senhor.

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