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Eliete
E em Maranguape não se falou em outra coisa. Só assim, com a morte do maior humorista do mundo, Eliete pôde passar despercebida. Juntou em sua valise seus vestidos, lenços, o único sutiã e outras pequenas peças. O esmalte, algodão e acetona. Pegou o primeiro ônibus para qualquer lugar. Deixou seus gêmeos de doze anos dormindo, o aluguel atrasado, dívidas nas bodegas e na farmácia. Mal soube do humorista, de quem chegou a sentir orgulho por ter projetado nacionalmente o nome de sua cidade natal. Mal teve tempo de lamentar qualquer coisa; o coração na boca. Coragem até nos cabelos.
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