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Patrícia
Sou empática. Tenho amigos que compreendo como ninguém. Se têm
algum problema, sou a primeira ouvidora que vem às suas cabeças. Escuto,
aconselho com cuidado, sem invasão, ou disfarço o conselho com
especulações: “será
que desse jeito não é melhor?”. Sou boa amiga. Talvez por isso mesmo,
estranham se eu tenho um problema. Franzem o cenho, sacodem a cabeça. E,
quando
gratos e solícitos, fingem que me escutam e lançam de volta uma solução
rápida
e teoricamente adequada, mas de difícil aplicação; quando ingratos ou
indiferentes, murmuram interjeições, olham para a mesa ao lado ou para o
cardápio
e sugerem outro petisco ou mais bebida. “O frango a passarinho daqui é
muito bom”, recomendo.