27 julho 2012

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Maria Eunice

Hoje completa nove anos. No meio dos lamentos confusos que inundam sua cabeça, igualmente pela nona vez, ela se pergunta onde teria errado. E a única certeza é que, sim, ela o havia ensinado a pedir socorro, a gritar e chamar por ela diante de qualquer situação de perigo. Naquele dia, todavia, ele não chamou. E ela perdeu o filho de dois anos para a água. Ainda vivo, afogando-se, Júlio a olhava nos olhos, tão calado quanto podia. Desafiava o perigo com um silêncio corajoso e doente. Morreu.

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