31 julho 2012

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Patrícia

Sou empática. Tenho amigos que compreendo como ninguém. Se têm algum problema, sou a primeira ouvidora que vem às suas cabeças. Escuto, aconselho com cuidado, sem invasão, ou disfarço o conselho com especulações: “será que desse jeito não é melhor?”. Sou boa amiga. Talvez por isso mesmo, estranham se eu tenho um problema. Franzem o cenho, sacodem a cabeça. E, quando gratos e solícitos, fingem que me escutam e lançam de volta uma solução rápida e teoricamente adequada, mas de difícil aplicação; quando ingratos ou indiferentes, murmuram interjeições, olham para a mesa ao lado ou para o cardápio e sugerem outro petisco ou mais bebida. “O frango a passarinho daqui é muito bom”, recomendo.

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