22 agosto 2012

234/365
Solange

Sempre fomos pobres. Ele não poderia me deixar mais do que uma paixão pra dar razão à minha vida. Morto há vinte anos, com sessenta, atropelado com a camisa do time do coração. Era verdureiro e atravessava a rua com o tabuleiro suportado pelo carrinho de mão, com alguns poucos restos do dia. Hoje, vivo de Ferroviário. Já recebi homenagens, inclusive em nome dele, torcedor ilustre. Faço quitutes para a diretoria do clube e para os rapazes que cuidam do site. Saudade do meu amor, da nossa vida sem dinheiro, sem filhos. Vivo das glórias passadas, antigas. Vivo coral.

Nenhum comentário: