28 março 2014


Fábio Pai


O meu olhar fabiano era capaz de ver em Fábio Pai a valiosa segurança. Só para mim ele se dispunha a sorrir na horizontal e me jogava para o alto e me aparava como se eu não pesasse nada. Era só pelo meu olhar que alguém era capaz de ver os olhos brilhantes de Fábio Pai, aquela fagulha que fazia dele um menino crescido e nada mais. Era ele o menino que desejava dividir – tão logo eu crescesse um pouco – as brincadeiras de rua, a bola, o rolimã. Não era a fartura das terras de Sant’Anna e não eram as ancas de minha mãe: era eu o motivo da alegria inteira de Fábio Pai. Pra ele, eu não pesava nada.

#reveza2x2 - ilustração de Solange Pereira Pinto - conto de Liana Aragão

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