29 março 2007

O livro do Manoel

Deslumbrante. Apenas 59 páginas. Um chute: duzentos versos. Esse é o resultado do trabalho de Manoel Rodrigues, o livro Axis mundi, lançado ontem no Café com Letras. Micropoemas: sentimento e filosofia misturados, condensados. O poeta, que trocou Mossoró em 1976 por Brasília, é professor universitário apaixonado e apaixonante, pai de Jade e Davi e marido de uma bela Rosa, um poço fundo de idéias. Grande cara. Grande livro, "para ler em vinte minutos", ele disse. Nem isso. É pra ler nos primeiros minutos da manhã e deixar as palavras explodindo na cabeça durante o dia. Veja o poema abaixo e vá comprar o seu.

Mirei o espelho
não era vermelho
o meu nariz
ufa
palhaço não sou
por um triz

se não me olvida
ou falhe
pra bufa
vida
só me faltou esse detalhe


Literatura para os ouvidos

Pausa, de Moacyr Scliar, e A morte e a morte de Quincas Berro D'água, de Jorge Amado, são os primeiros de muitos livros para ouvir. Escutar, é isso mesmo: a editora Livro Falante, pelo jeito, está cheia de projetos para 2007. Contos negreiros, de Marcelino Freire, é uma das promessas. Ótima idéia para os preguiçosos – ou as grávidas enjoadas que fogem das letras miúdas dos impressos, como tenho notado. Nada contra a preguiça. Contra os enjôos, sim. Mas não vem ao caso. Clique aqui
para conhecer as novidades auditivas.

28 março 2007

Blog de grupo de leitura

O Grupo de leitura de literatura latinoamericana da UnB já tem blog no ar. A idéia é divulgar os encontros e também resenhar os livros discutidos. Vale dar uma espiada aqui
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Micropoemas

Hoje tem lançamento imperdível no Café com Letras (203 Sul): Axis mundi, de Manoel Rodrigues. Na era das micronarrativas, esse grande poeta e pensador ataca com micropoemas densos e deliciosos. A partir das 19h. Não perca.

Descolados e melindrosos

O projeto da Cia das Letras, anunciado pela matéria da Folha de S. Paulo do dia 17, virou polêmica de verdade. Entre os debatedores, escritores, leitores e afins. Vale acompanhar o bate-boca aqui
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Show em Taguatinga

E quinta-feira tem show da banda Extremos paralelos, no Blues Pub Bar. No mesmo dia, a defesa de dissertação de mestrado do Guto, sobre poesia concreta. O show é uma espécie de comemoração depois da trabalheira de dois anos. A defesa, às 14, no auditório do TEL (UnB) e o show, às 21h, em frente ao Carrefour de Taguatinga.

Almoço poético

Rochael Alcântara, Luciana Henrique e Vitor Godoy apresentam recital de poesia hoje, às 12h30, no anfiteatro 9, na UnB. O evento também terá a presença do cantor e compositor Fábio Carvalho. Entrada franca.

20 março 2007

Berlinda

Diego volta de tudo que é paredão. Espero voltar do meu. Dia 9/4, defendo "Em busca da consagração literária: estratégias de Marcelino Freire", na UnB. Na banca, Regina Dalcastagnè, minha orientadora, Ivete Walty, profª da PUC Minas envolvidíssima com literatura contemporânea, e a profª e escritora Paloma Vidal.

From newspaper

Pescadas da coluna L2, do Pensar de sábado, temos a informação de que o nobel J.M. Coetzee e o escritor argentino Rodrigo Fresán estão confirmados na Festa Literária Internacional de Paraty deste ano e a bomba: Mirisola vai lançar um livro com as crônicas publicadas no site AOL. Uau.

Capa da Ilustrada da Folha de S. Paulo de sábado traz a notícia: a Companhia das Letras resolveu meter a mão no bolso e mandar 16 escritores para diferentes capitais do mundo para escrever histórias de amor. As encomendas, que já têm prévio contrato com empresas cinematográficas, prometem. Entre os viajantes, Sérgio Sant'Anna, Luiz Ruffato, Reinaldo de Moraes e o novíssimo Daniel Galera.

03 março 2007

Especialização e defesa de dissertação em Brasília

Até 28 de março, estão abertas as inscrições para o Curso de Especialização em Literatura Brasileira, que acontecerá entre abril de 2007 e maio de 2008. O curso, oferecido pelo Instituto de Letras da UnB, tem por objetivo qualificar professores e educadores, propiciando os meios de entendimento da função da literatura como expressão, questionamento e projeção da realidade nacional e global. Os interessados passarão por processo de seleção. Informações: 3037-2939 ou cursolatolit@unb.br.

Em abril, eu defendo a dissertação Em busca da consagração literária: estratégias de Marcelino Freire, para obtenção do título de mestre em Literatura e Práticas Sociais. Logo logo darei mais detalhes.

Oficina em Curitiba

O jornal Rascunho e a Fundação Cultural de Curitiba recebem inscrições para a segunda edição da Oficina de Criação Literária. As aulas acontecem de março a junho e de agosto a novembro e são ministradas pelo escritor José Castello. Outras informações pelos telefones (41) 3321-3379 ou 3019-0498.

22 fevereiro 2007

Do Cazaquistão ao Afeganistão

Uma tentativa de ridicularizar os estadunidenses? De gerar um riso gratuito e continuado? De nos fazer achar graça com o exagero do politicamente incorreto ou da pseudo-ingenuidade-estrangeira? Tentei achar uma razão para Borat. Até mesmo nos olhares daqueles – a quem eu sou incapaz atribuir o adjetivo “idiota”, coisa que muitos dos meus coleguinhas conseguiriam com facilidade – que se divertiram do início ao fim do filme. Que faziam as fileiras sacolejarem, as pipocas se espalharem no chão. Sala lotada. Fila antes de entrar e briga pelos melhores lugares. Tentei. Nada. O trailler me chamou a atenção. Seria um pastelão revisitado? Engraçado mesmo: o tal Borat com uma espécie de sunga verde-limão, tomando sol. O trailler. Sim, seria um filme divertido. Mas o que eu vi? Um amontoado de cenas bizarras. Agressivas até. Tentei. Não consegui ver motivo para aquilo. Alguém arrisca?

O caçador de pipas, do afegão Khaled Hosseini, já não precisa de tanto embaraço para ser entendido. O festejado romance, que desde seu lançamento, em 2003, ocupa o topo das listas de mais vendidos de jornais e revistas, é narrado em primeira pessoa por Amir, um menino afegão rico que assiste às diversas mudanças que o país sofre entre a década de 1970 e os dias atuais. Nenhuma peculiaridade narrativa. Não há jogos de linguagem e mesmo o suspense fica por conta do enredo em si. É um panorama diferente do país que nossos olhos aprenderam recentemente a enxergar com alguma antipatia ou pena.


O jornal das sete mulheres

Acabo de ver que a capa do jornal Rascunho deste mês traz sete mulheres que fazem literatura na atualidade. Apesar da inevitável exclusão de algumas boas representantes, temos Cíntia Moscovich e Maria José Silveira entre as moças da matéria com seus livros resenhados. Vale conferir.

15 fevereiro 2007

Mais estranho que a ficção é delicioso

Delicado, sensível e divertido. Assim é Mais estranho que a ficção, dirigido por Marc Forster, com roteiro de Zach Helm e atuação impecável de Will Ferrell e Emma Thompson. Um auditor com uma vida monótona e guiada por números (ele conta as escovadas em cada dente, os passos até o ponto de ônibus, faz contas enormes de cabeça etc.) passa a ouvir uma voz narrando todas as suas ações diárias. É uma escritora escrevendo o seu romance sobre Harold Crick, um auditor. Crick se vê como personagem de um texto ficcional que ainda está sendo escrito. Mas por que uma vida monótona interessaria à literatura? Veja e descubra. O filme é um delicioso livro para relaxar e pensar.

Fotografia – os nus de Okubo

Imperdível também é a exposição De todas as formas, de Kazuo Okubo. São 40 painéis maravilhosos com fotos de gente de verdade, e nua. Os cenários variam entre a arquitetura de Brasília, o Lago Paranoá, o interior de casas, o fundo liso de um estúdio e os espaços kitch de restaurantes da cidade. Nada de estereótipos, nada de beleza pasteurizada. Centro Cultural da Caixa (Setor Bancário Sul), até 11 de março, das 9h às 21h.

10 fevereiro 2007

Novidade secreta II

Lembram daquele "algo", cujo lançamento está previsto para março e que promete movimentar a cena brasiliense? Digo mais agora: os discursos, floreados ou não, serão acompanhados de imagens. E não haverá ordem nesse espaço. Tampoco pudores (isso é o que me disseram). Continuemos aguardando.

O som de Sahea

O poeta Marcelo Sahea fez algumas versões sonoras dos poemas de seu livro Leve. Agora elas estão disponíveis num novo blog, chamado SãoSom. Acesse aqui.
Concursos literários

Permanecem abertas as inscrições para o 4º Concurso Literário Guemanisse de Contos e Poesias, mas só até o dia 12. Acesse o regulamento aqui.

Inscrições no Prêmio Portugal Telecom (que, pela primeira vez, abre inscrições) podem ser feitas até o dia 31 de março. Participam romances, contos, poesias, crônicas, dramaturgias, biografias e autobiografias com primeira edição em 2006 ou publicados em outros países de 2003 a 2006, em língua portuguesa, desde que tenham sido publicados também no Brasil, no mesmo período. Outras informações aqui.

E até 30 de março, é a comissão do 49° Prêmio Jabuti quem recebe inscrições para as suas muitas categorias. O foco são os livros publicados em 2006. Veja o regulamento aqui. Além desses, outros concursos estão despontando por aí. Vale uma visita ao sugestivo link ao lado.

Literatura e resistência

Mesmo sem lançamento previsto, por enquanto, pinço mais alguns detalhes do número 28 da revista Estudos de literatura brasileira contemporânea, que comentei há poucos dias. "Velhice e marginalidade: a narrativa da experiência sucateada em Lembrancinha do Adeus, de Julio Ludemir" é o artigo de Susana Moreira de Lima, pesquisadora que há anos vem trabalhando com a representação de velhos na literatura contemporânea. Francismar Ramiréz Barreto, Maria Isabel Edom Pires, Mônica Kalil e Sara Freire Simões apresentam entrevista com Milton Hatoum, que é antecedida por um artigo de Gabriel Albuquerque, sobre identidade, alteridade e poder na narrativa do escritor amazonense. A professora Cíntia Schwantes aparece com o instigante "Preto no branco: as relações inter-raciais em As horas nuas e O eco distante da tormenta". Além disso, temos artigos sobre a literatura de Fernando Bonassi, Patrícia Melo e Sérgio Sant'Anna e as resenhas de que já falei sobre Joana a contragosto, de Mirisola, Contos cruéis, organizados por Rinaldo de Fernandes (essa é minha), Pena de aluguel, de Cristiane Costa, e Textos de intervenção, de Antonio Candido. Interessado em ter um exemplar? Mande e-mail para mim ou para a professora Regina Dalcastagnè, organizadora da revista: rdal@unb.br.

06 fevereiro 2007

Roda, jazz e cinema+literatura

Próximo sábado, dia 10, tem Dança circular sagrada, na livraria Cultura, com o grupo Rodas da lua, às 16h. Veja o convite abaixo.



Para amanhã e dia 14, a dica é a Cervejaria Platz (em frente ao Liberty Mall), com Caffeine Jazz, tocando cool, latin jazz, free, samba jazz, funk, hardbop, fusion e outros estilos. A partir das 20h.

Mais estranho que a ficção continua em cartaz (será que por muito tempo?). Academia, Drive-in, Embracine e Liberty. Corra. Eu preciso correr também.

03 fevereiro 2007

Paulo Coelho, o saco de pancadas, e reflexões sobre comunicação e literatura

Acabo de receber do prof. pernambucano Janilto Andrade os livros A arte e o feio combinam?, sobre textos de Marcelino Freire e que eu já tinha lido e observado pontos positivos e negativos na abordagem do professor, e Por que não ler Paulo Coelho, que me deixou curiosa. Eu, que nunca li nada do mago, mas que não antevejo motivo para não arriscar, faço coro ao grande crítico literário Saulo Costela, que afirma que a distinção proclamada sobre o que é ou não literatura – um exemplo está na já comentada coluna L2 do Pensar de ontem, em que Sérgio Sá diz que Paulo Coelho não é literatura – não passa de uma grande ficção e que “as intempéries literárias que tem abatido o Planalto Central se devem ao furor vaidoso típico de felinos, mas cuja bosta produzida não têm a mesma elegância da dos gatos de verdade”. Mas lerei a defesa pela não leitura de Andrade. Ops, de Coelho. A defesa de Andrade sobre a não leitura de Coelho. Isso.

Também recebi das mãos do poeta e professor Gustavo de Castro os livros Ensaios de complexidade, Jornalismo e literatura: a sedução da palavra, O mito dos nós: amor, arte e comunicação, Sob o céu da cultura, Filosofia da comunicação e Complexidade à flor da pele: ensaios sobre ciência, cultura e comunicação, todos de Gustavo ou com participação dele. E ele também me entregou A evolução do cinema brasileiro no século XX, de Ricardo Wahrendorff Caldas e Tânia Montoro (ela, que foi minha orientadora no trabalho de fim de curso nos tempos remotos em que me formei em jornalismo), da Casa das Musas, editora de que Gustavo é sócio. Não vai faltar o que degustar e pensar nos próximos meses.

Literatura contemporânea em debate

Está em vias de ser lançado o número 28 da revista Estudos de literatura brasileira contemporânea, organizada pela profª Regina Dalcastagnè, da UnB. Além de minha resenha sobre Contos cruéis: as narrativas mais violentas da literatura brasileira contemporânea (organização de Rinaldo de Fernandes, Geração Editorial), o volume traz textos sobre Pena de aluguel (Cristiane Costa, Companhia das Letras), da pesquisadora e amiga Virgínia Leal, e sobre Joana a contragosto (Marcelo Mirisola, Record), com uma leitura muito reveladora de Anderson da Mata, também doutorando e amigo. Logo darei notícia do lançamento.
Novidade secreta

Está previsto para março o lançamento de algo que vai tanto movimentar positivamente o campo literário de Brasília, quanto causar (ou agravar) picuinhas, melindres e outras frescuras. Muitos poetas, contistas, romancistas e interessados em literatura vão passar a conhecer o habitat das inspirações. Uau. Aguardem.

Congresso de literatura comparada em julho

A Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC) promove de dois em dois anos um congresso internacional para discutir literatura. Alguns encontros regionais são realizados no ano que antecede o maior, como preparatório deste. Em 23, 24 e 25 de julho, acontecerá o XI Encontro Regional da ABRALIC, com o tema "Literaturas, artes, saberes". Nos próximos dias serão divulgados os simpósios e abertas as inscrições. Também haverá chamada para artigos a serem publicados na revista da associação. Veja o site. O encontro será na USP.

Debate e comentário da coluna L2

Fisgada da coluna de Sérgio Sá, no Pensar de hoje: Fernando Vilela, que lançou Lampião e Lancelote no fim do ano passado, participará de debate com Álvaro Faleiros e Alexandre Pilati sobre o livro. Será na Cultura (Casa Park), às 17h.

Sobre a nota a respeito de Mirisola, em que Sá anuncia a reedição de Fátima fez os pés para mostrar na choperia pela Estação Liberdade, o colunista opina que os livros de Mirisola "diagnosticam com precisão a idiotice do Brasil contemporâneo" e acrescenta, entre parênteses, "para quem tiver dúvida sobre isso, vale olhadela no Big Brother Brasil". Ao me deparar com essas manifestações empoladas, que ressaltam a superioridade do intelectual - e a necessidade de conhecimento, de educação etc. -, tendo mesmo a me recolher para refletir o quão babacas somos às vezes. E não falo de Mirisola, se é que já não perceberam. Até porque o autor de Joana a contragosto é muito interessante: cria narradores babacas contundentes e escatológicos, mas divertidos porque são resultado de uma teatralização de Mirisola, que ri de tudo (inclusive dessas colunas puritanas...). A saber, o Diego (Alemão) é o líder da semana.

28 janeiro 2007


Perfume com notas enjoativas

Estreou esta semana o filme Perfume: a história de um assassino, de Tom Tykwer, uma adaptação do romance de Patrick Süskind. Trata-se da história de Jean-Baptiste Grenouille, que nasceu no fétido mercado de peixes em Paris e que possui um olfato privilegiado. Sua trajetória é movida pela busca por novos cheiros. Com uma fotografia deslumbrante, o filme peca pelo excesso. Tudo é hiperbolizado: a realidade miserável do jovem Grenouille, a sua genialidade, as cores, a poesia e a sua compulsão aliada à ambição que o leva a produzir um perfume capaz de escravizar pessoas são um exagero aos nossos olhos, ouvidos, boca, pele e – por que não dizer – narinas. Uma boa surpresa é a construção de um personagem sem culpas, movido por uma busca embasada na vaidade, explorando o olfato, um sentido pouquíssimo visitado em literatura ou cinema. Ou qualquer outra arte. O conjunto, entretanto, configura uma fragrância enjoativa. As três horas de filme chegam a dar náuseas.


Ignorâncias reveladas?

Vale, para reflexão, a leitura do texto "O leitor ignorante (a verdade por trás do mico)" publicado por Mário Bortolotto e reproduzido em partes por Marcelo Sahea (link ao lado). Uma reunião de leituras já batidas sobre leitores, editoras, mercado, que resulta num pequeno tratado que se calca nos repetidos e repetidos e repetidos discursos sobre a importância da leitura, da qualificação do leitor, da necessidade de tornar mais sérias as editoras etc. etc. etc. Algum ressentimento, talvez? Raiva contida? Eu, aqui com a minha ignorância, me pergunto quem é quem para apontar a ignorância do outro. O que será isso? Uma explosão? Qual será a estratégia por trás de um texto desses?

27 janeiro 2007

Escritora on line

A escritora e pesquisadora Paloma Vidal, que está de passagem pela UnB, tem um blog imperdível. São registros, contos-crônicas, impressões e comentários deliciosos. Clique aqui e confira. Paloma é autora de A duas mãos (7letras, 2003) e participou das antologias 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira, organizada por Luiz Ruffato (Record, 2004), Paralelos: 17 contos da nova literatura (Agir, 2004) e A visita (Barracuda, 2005).

Uma banda inteira

Hoje tem show da banda Extremos paralelos, com meu amigo e estudioso de poesia concreta Augusto Machado (o cabeludo da esquerda). Para os interessados em pop-rock dos anos 80, é uma grande dica. O repertório inclui canções nacionais e internacionais. Vai ser no Blues Pub bar (em frente ao Carrefour de Taguatinga), às 22h. Os ingressos são vendidos na hora.

21 janeiro 2007

Contos para crianças

Nos próximos dias 27 e 28, o Canto do conto, na livraria Fnac, recebe a contadora de histórias Juliana Maria, que envolverá crianças e adultos com as histórias De fora da arca, de Ana Maria Machado, e Feliz aniversário Lua, de Frank Arsch. Sempre às 16h.

Nilto Maciel e suas considerações

Já está no Cronópios a segunda parte das Considerações sobre contos, do escritor e amigo Nilto Maciel. Vale dar uma passeada por lá. O cabra tem muito a dizer,
ouça.

Blog de Ivana Arruda Leite

Estou pra comentar há semanas que o blog da Ivana Arruda Leite ganhou ainda mais graça com as histórias algo reais narradas a partir de fotos antigas da família dela. Imagino que Ivana tenha descoberto o scanner em casa e mandou ver.
Veja. E o folhetim Eu não sou a mulher maravilha terminou em 14/12/06. Perdi o final. Mas vou recuperá-lo. Confira.

Comprinhas...

Comprei ontem a 4ª edição do livro O viajante independente na América do Sul, um grande guia de viagem para brasileiros interessados em conhecer los hermanos. E o treinamento pesado para não fazer feio nas futuras fugas para os países vizinhos continua: leitura diária e deliciosa dos Cuentos completos 1, de Julio Cortázar.

Babel, o filme

Estreou na última sexta o esperadíssimo Babel, de Alejandro González Iñárritu. Com um Globo de Ouro, Gael García Bernal e Brad Pitt, além de opiniões apaixonadas (contrárias e favoráveis), o filme está em cartaz em muitas das nossas salas. Leia a crítica da Bravo! aqui. Eu devo assistir durante a semana e comentar em breve.

20 janeiro 2007

Hoje só notas

Artigo - Imperdível o artigo de Contardo Calligaris na Folha de S. Paulo da última quinta. Ele propõe uma leitura ficcional sobre nós mesmos, autoconhecimento por meio de uma broma, uma piada, o que faz coro com o que eu julgo ser a função da literatura: divertir e gerar conhecimento. "A ficção de uma vida diferente da minha me ajuda a descobrir o que há de humano em mim", disse o colunista. Vale espiar

Debate - Alexandre Marino ouviu na CBN entrevista com Silvestre Gorgulho, secretário de Cultura do Distrito Federal, sobre a biblioteca do século XXI e abriu discussão em seu blog sobre o tema. Vale conferir isso aqui.

Inscrições abertas - Até 10/3, poetas podem se inscrever no II Prêmio Goyaz de Poesia. O Festival de Poesia de Goyaz está previsto para setembro. Veja outras informações aqui. E também estão abertas, até 30/3, as inscrições para o 49° Prêmio Jabuti. Notícias aqui.

Inscrições encerradas - Terminaram ontem as inscrições para a seleção de mestrado e doutorado do Departamento de Teoria Literária e Literaturas da UnB. Eram 24 vagas para mestrado e oito para doutorado. As provas acontecerão em fevereiro e março, quando eu espero defender minha dissertação sobre as estratégias de sobrevivência dos escritores no mercado, com foco em Marcelino Freire.

13 janeiro 2007

Prêmio (estranho) para livro de contos, crônicas, poesias e romance

Estão abertas as inscrições para o II Prêmio Literário Fábrica de Livros. Livros que se enquadrem nas categorias "romance", "contos e crônicas", "poesias", "infantil" e "juvenil" podem ser inscritos até o dia 31 de maio. Um detalhe importante: só podem participar aqueles livros que já tenham sido impressos no projeto Fábrica de Livros. Isso mesmo: um concurso restrito. Será que até lá os interessados terão tempo para escrever ou concluir uma obra e imprimir seus textos? Ou a idéia é mesmo contemplar aqueles que já passaram pelo projeto? Os vencedores ganharão impressão de cem exemplares e lançamento na XIII Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, que acontece de 13 a 23 de setembro. O regulamento pode ser acessado aqui, mas suponho... ah, deixa pra lá. Recado dado.

07 janeiro 2007

Internet democrática?

Vale a leitura do artigo "Identidades vazias", de Slavojzizek, no caderno Mais! da Folha de S. Paulo de hoje. O tema é internet. E ele faz uma leitura social e filosófica bem interessante sobre o ciberespaço e a figura humana (e individual) que nele vive ou transita.

Academia democrática?

Acaba de ser lançado o número 10 da revista Labrys, de estudos feministas, coordenada pela respeitada profa. Tania Navarro, do Departamento de História da UnB. O acesso aos textos eletrônicos, ainda raro entre revistas acadêmicas, é fator importante para democratizar os estudos. Vale dar uma olhada nos artigos, em francês ou português, aqui publicados.

Cinema democrático?

A mais tradicional sala de cinema de Brasília, conhecida pela exibição de reprises entre um e outro festival, tem o ingresso a preço mais baixo em todo o Distrito Federal. Além disso, o acesso ao Cine Brasília (106/107 Sul) é fácil, a pipoca é boa e a tela é a melhor de todas. Em cartaz, o maravilhoso Madame Satã, de Karim Aïnouz, com atuação impecável de Lázaro Ramos. Só até 18 de janeiro.

05 janeiro 2007

Leituras e espetáculos para iniciar 2007

Sem lançamentos, sem notícias sobre os incentivos governamentais à literatura, sem alguns dos seus ilustres (e indesejados) moradores temporários, a cidade, vazia, é o espaço propício para ler e relaxar. Com calma, sem badalações. Eu já comecei: li Elas e outras mulheres, do Rubem Fonseca (nada diferente do que ele já produzia...), e estou mastigando com muito prazer o Livro dos homens, de Ronaldo Correia de Brito. O próximo são os Cuentos Completos 1, de Julio Cortázar. Também para quebrar um pouco marasmo casa-trabalho-casa (com seus devidos intervalos de leitura e pipocas domésticas), os espetáculos. E esse começo de ano já tem duas promessas: dois musicais, com ingressos quase esgotados. O primeiro é o do Grupo Dinner, com meu amigo Fábio Barreto, que apresenta hoje canções de filmes e musicais famosos, no Pier 21. O outro é o aguardado musical sobre Renato Russo, no CCBB (Setor de Clubes Sul), que começa hoje e vai até o dia 11 de fevereiro.

Direito à diversão pop

E atenção: o Big Brother começa dia 9, pra quem agüenta. Eu costumo agüentar por uns dias (com alguns eu fui até o fim). Acho divertido até que alguns acabam caindo na mesmice. Os puristas devem estar com calafrios (e que soltem seus peidos coloridos por aí). Mas é isso mesmo: cada um se diverte do modo que escolhe. Garanto que depois dos episódios diários do reality show eu terei os dvds de Friends e Smallville para me trazerem ao mundo real. Ou não.

30 dezembro 2006

Incentivo macro à criação literária

Foi dado o primeiro passo para se estabelecer uma política pública de incentivo à produção literária. Esta semana, tive acesso ao relatório da primeira reunião entre Ministério da Cultura, escritores, produtores e críticos, e a discussão parece ter sido bem conceitual - o que é importante, já que a idéia é construir algo sólido e efetivo. O documento mostra debates sobre o movimento Literatura Urgente, a utilização dos termos criação e produção, a liberdade e autonomia do escritor, o foco nos consagrados ou inéditos etc. Interessados em conhecer a íntegra do relatório podem me enviar e-mail. Abaixo, transcrevo as diretrizes constantes do documento que vão embasar as ações futuras do grupo.

FOMENTAR A LITERATURA BRASILEIRA

1. Promover a diversidade literária, entendida como alargamento dos horizontes expressionais, abertura ao experimentalismo formal, proliferação de gêneros e possibilidade de afirmação de particularismos estéticos ou identitários, segundo critérios gerais válidos para todos os programas apoiados neste setor.
- Garantir que o estímulo alcance uma ampla gama de gêneros literários, desde a poesia e a prosa de ficção até as várias modalidades de prosa não-ficcional (tais como o ensaio, a crítica, a biografia, o memorialismo e o testemunho, por exemplo).
- Incentivar ações nos âmbitos nacional, regional e local; nos dois últimos casos, desdenvolver meios de avaliar a sua replicabilidade em outras partes do país.
- Favorecer os programas que planejem uma ação continuada e assim almejem um acúmulo de respeitabilidade e reconhecimento nos meios literários nacionais.
- Condicionar o apoio público ao estabelecimento de comissões julgadoras formadas de maneira heterogênea, de maneira a assegurar um repertório crítico variado, apto a reconhecer desde a excelência de obras convencionais até a oportunidade de projetos inovadores ou mesmo disruptivos.
- Assegurar que as comissões julgadoras nunca terão menos de três integrantes, que não estejam vinculados, nas suas atividades principais, a uma mesma instituição, e ainda que a renovação periódica delas obedeça a um mecanismo de rotatividade claramente expresso.
- Desenvolver mecanismos de avaliação periódica dos critérios de alocação dos recursos públicos para a produção literária.

2. Valorizar o trabalho dos escritores, seja por meio da transferência de recursos para que se dediquem à produção literária, seja através de concursos e prêmios que projetem a imagem deles na sociedade e lhes confira prestígio e reconhecimento social.
- Apoiar a criação de bolsas de produção literária que envolvam mecanismos de controle e contrapartida não necessariamente vinculados à apresentação de uma obra acabada como produto final, tendo em vista as especificidades da atividade literária e o caráter de estímulo temporário desse tipo de subsídio.
- Assegurar a existência de uma oferta ampla e diversificada de prêmios e concursos literários, organizados segundo critérios amplos e heterogêneos, que contemplem tanto as obras inéditas quanto as já publicadas.
- Buscar a descentralização das propostas e do prestígio literário, de maneira a dar maior visibilidade a escritores residentes em partes do país menos favorecidas pelo mercado editorial e pelos meios de comunicação.
- Privilegiar as ações que favoreçam autores estreantes ou ainda não-consagrados, bem como as que se voltem para a publicação da primeira obra dos ainda inéditos.
- Estimular a proliferação de programas de residência para escritores em universidades de excelência, bibliotecas públicas, instituições de pesquisa ou entidades criadas para esse fim, cuja contrapartida não seja necessariamente a apresentação de uma obra como produto final, mas que beneficiem de maneira objetiva as comunidades ou as atividades das instituições proponentes.

3. Apoiar e planejar diferentes modos de estímulo indireto à produção literária e à atividade dos escritores, de maneira a projetar suas obras na sociedade e aproximá-los do público leitor.
- Promover a realização periódica de feiras do livro e encontros literários, com acondição de oferecerem ao público atividades gratuitas e programação variada que transcenda a mera finalidade comercial e adquira um significado cultural mais efetivo.
- Instituir programas de intercâmbio e / ou itinerância de escritores, dentro e fora do país, neste último caso com ênfase nos países do Mercosul e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
- Planejar a expansão e a otimização dos programas já existentes de subsídio à tradução e à publicação de obras literárias brasileiras no exterior, por iniciativa associada de editoras e tradutores estrangeiros.
- Apoiar a tradução para o português brasileiro e a publicação no Brasil de obras literárias de difícil inserção no circuito editorial, escritas em outras línguas.
- Estimular os modos alternativos de difusão das obras literárias, tais como as editoras cooperativas, os meios online e as publicações impressas ou eletrônicas que seguem o princípio do copyright não-restritivo.
- Estimular um envolvimento maior dos meios de comunicação, por meio de programas de rádio e televisão aberta ou por assinatura que se dediquem à literatura, com a participação de escritores e críticos.
- Estimular a proliferação de revistas literárias impressas ou eletrônicas que representem a atuação de novos escritores, críticos e ensaístas.


Incentivo micro e bem sucedido à leitura

Têm ocorrido em Brasília as Rodas de Contação de Histórias, promovidas pela Círculo de Brasília Editora. Esses espaços prevêem a leitura de textos em português e outras línguas. A última aconteceu no dia 16. O endereço é CLN 406 bloco B sala 34 (subsolo) e entrada é franca. Veja outras informações aqui.