10 janeiro 2012


10/365
Wanda

Gostou do primeiro capítulo da novela com a Marília Pera. Era fã. Mas era raro isso acontecer, uma novela ser boa logo no início. O jornal começou e ela foi esquentar o arroz, fritar o ovo – o último – para o Juarez. Achava ele um filho da puta de marca maior, mas acreditava que mãe e mulher sempre ficam em segundo, terceiro, quarto lugar. Se tem um ovo só, é do homem da casa. Se são dois, era um dele e um do menino. O terceiro é que seria o dela. Ontem, o vizinho caminhoneiro entrara num buraco que quase cobriu todo o veículo. A esposa ficara louca, puxando os cabelos, mas ele saiu nadando. Um buraco sem sentido. Ela consolou a vizinha. Também ontem, tentou pela terceira vez confirmar a matrícula do menino, sem sucesso. Só vai ter outro dia útil de folga semana que vem. Hoje fez faxina na casa da dona Liduína, no Guará. Machucara o joelho, de novo. Não sabe como será amanhã, na casa da dona Viviane. O ovo frito, voltou à geladeira. Resto de arroz e cenoura. Aproveitou o óleo do ovo do Juarez. Fez um mexido pra ela e pro menino. Estranho a prioridade ser de um filho da puta desses. Mas não ia reclamar, estava feliz com a novela. Se o primeiro capítulo já foi bom, imagine os próximos.

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