14 janeiro 2012


14/365
Elisabeth

Acorda. Escova os dentes. Banho rápido; café com toalha. A roupa foi escolhida na noite anterior. Creme, maquiagem, desodorante. Tudo cronometrado. Ao entrar no carro, as ligações começam: secretária, banco, filha, mãe, namorado. O amor não é prioridade. Chega ao banco, lê todos os jornais, analisa as taxas do Bacen, especula, sugere, opina. A secretária lembra que tem dentista às 11h. Manda cancelar, adiar. Café. A secretária telefona na hora do lanche. Na hora do almoço. Na hora do outro lanche. Jantarão juntas. O namorado telefona. Não atende. Taxas, investimentos, câmbio. Retorna a ligação e – sem ouvi-lo – pede que ele escolha o destino das férias. Tem que desligar. Entrevista um candidato à sua equipe. Café. Não tem tempo de imaginar praia. Delega. Filha, não posso falar agora, amor. Continue amamentando, sempre que ele chorar. Ouve o neto ao fundo. Desliga. Volta para casa. Jantar com a secretária, passar a agenda de amanhã. A mãe telefona, aconselha: diminua o ritmo. A roupa do outro dia já está escolhida. Demaquilante, banho, dentes. Duas pílulas milagrosas. Dorme.

Nenhum comentário: