29 fevereiro 2012

+1
Cândida

Acordou às quatro. Um dia desafiador. Fritou coxinhas, risoles e quibes. Poucos, para começar. Andou até o espaço do seu Caetano. Recebeu olhares furiosos: vasilha, cara dela, vasilha, cara dela, vasilha. Recuou cerca de um metro. Abriu a banqueta e pôs a vasilha sobre as coxas. Seu Caetano contrariado - mocinha insolente, safada, quer melar o meu negócio. O primeiro freguês - bom dia, seu Caetano; cafezinho. E, hmm, ele olhou para a esquerda. Ela abriu a vasilha. Ótimo. Escolheu um quibe. Voltou para perto do seu Caetano para jogar conversa fora. Mais um freguês; mais um; e outro; e outro.

Alguns pediam mais café para acompanhar o salgado. Ou café com leite, mais caro. E, aos olhos do seu Caetano, a moça insolente passou a ousada, corajosa e, ele estava rendido, parceira. Avaliou a alegria dos fregueses - é sua filha? E ele tendia a responder que sim porque seria um gênio se, sozinho, tivesse tido essa ideia: complementar o seu cafezinho com algo de comer. Mas, às nove e meia, recolheu seu banco e a mesinha e apenas deu um meio sorriso para a moça. Era talvez o seu modo tacanho de dizer obrigado. Amanhã perguntará o seu nome.

2 comentários:

Dedé disse...

adoro essas meninas...

Manoel Rodrigues disse...

eu sou o D. Juan! Traço uma por dia! Manda mais!