03 fevereiro 2012

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Bruna

De repente, passou. Até ontem, durante muitos anos, já chegava ao cabeleireiro chorando, certa de que não iria gostar de alguma coisa. “O que aconteceu, minha linda?”, ele perguntava. E eu respondia “nada, querido, tpm”. E era tiro e queda: um lado ficava mais curto, a franja enrolava, as camadas davam um volume exagerado e eu saía aos prantos. Algo inconsciente saiu ou algo consciente entrou. Ou ambos. Ou ainda algum planeta se alinhou com outro e, cosmicamente, me lançaram influências. Boas influências. Hoje, cheguei ressabiada a um novo salão. Fui muito bem atendida, me ofereceram café e suco. “Essa moça aqui vai fazer as suas unhas”. Nunca vi. Em outros tempos, eu já anteveria cutículas feridas, bolinhas de ar no esmalte. Mas não. Sorri durante todo o serviço, conversei com a moça. Agora, vejo uma única unha lixada em diagonal. E acho graça.

Um comentário:

Manoel Rodrigues disse...

não mais em brumas, a ex-acabrunhada Bruna.