08 novembro 2012

312/365
Heloísa

Sentiu-se uma personagem cômica atrapalhada de filme ou novela. Lembrou-se disso instantaneamente porque nunca foi atrapalhada, nunca deixou transparecer descontrole de qualquer natureza. Mas, ao ver o Gustavo todo machucado, no corredor do Hospital de Base, tropeçou em outros doentes, derrubou soro e - logo diante dele - apertou o braço recém operado do amigo, ex-marido, tão caloroso e tão crítico. Acidente de moto. Logo diante dele. Conteve-se e esperou a piada do filho da puta. Sentiu-se, enfim, ridícula, em vez de comovida, triste ou solícita. Quase o mandou à merda em resposta às risadinhas.

311/365
Janete

Falta quinta ainda. Uma conspiração do tempo esses feriados na sexta, pois cancelam o forró do Floresta. Porque é sagrado: a gente já sai do serviço arrumada. Quando o movimento está fraco, a gente fica lá fora, só tomando uma cervejinha. Meia noite é direto pra Rodoviária. Mas quando tá bom, a gente fica até as seis da manhã. As meninas todas aqui vão. Todo mundo adora.

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