20 novembro 2012

324/365
Oléria

Minha mãe me batizou com o nome de minha avó. Quando vim pra São Caetano, me perguntaram se eu havia sofrido com brincadeiras na escola e eu disse que não - na minha cidade, todo mundo tem nome de pobre.

323/365
Sâmia

Mamãe, você me dá a Polly? Eu quero a Polly e My Little Pony de presente de Natal. E pro Papai Noel, eu vou pedir um patinete. Pro meu pai, vou pedir a casa da Polly. A dinda me dá uma Barbie. Não, não, quero aquela família de ratinhos. E de ano novo quero uma sandalinha de salto prata, com bolsa. Mãe, não esqueça que tenho hidratação do cabelo e unhas pra fazer. Tem que encher o pneu da minha bicileta. Ah, já ia esquecendo: quero um tablet, mas não da Barbie, quero um de verdade.

322/365
Jaciara

É chef. Tem diploma. Gostaria muito de pular as etapas que, dizem, existem, mas não consegue e se frustra. Queria acordar e ter um restaurante de renome, que atendesse apenas reservas. Tem ganas de sofisticação. Pé no chão, dona Adelaide diz, é fundamental. Mas para quê? Jaciara quer ser grande. E logo.

321/365
Liliane

Vivo em Londres. Sou profissional da moda. Gosto de misturar tendências, conheço muita gente, já trabalhei com inúmeros bons estilistas. Posso dizer de mim que sou bem sucedida. Homens e mulheres me desejam. O meu real amor, meu macho, entretanto, está longe de ser aceito na atmosfera que respiro: tem 1,60m, chama-se Juvenal. Mora em Parnaíba-PI. Sinto saudades.

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