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Norma
A missa havia acabado. Júlio estava tenso, olhava para Norma sem conseguir concentrar-se em nada. Ela nem notou quando ele, enfim, se aproximou. Sedento, passou a mão pelas nádegas dela e fez parecer acidente. Chamou para um sorvete ou qualquer coisa e ela sorriu. Imaginava aquela mulher em posições obscenas e dona de gestos devassos, sem preguiça qualquer de conhecer cada pedaço de seu corpo, enquanto ela falava da vida, do curso de manicure, dos bordados que fazia pra completar a renda. Júlio assentia com a cabeça, certo de que os flashs que ouvia seriam suficientes para montar uma história crível, caso ela pedisse alguma opinião. O sorvete e os ouvidos falsamente atentos eram o preço. Pagaria a conta integralmente e feliz e gentil. Mas teria aquela mulher nas mãos hoje.
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