10 novembro 2012

314/365
Francisca

Devia ter música de fundo quando servem comida na casa da Francisca. O cheiro, a fumaça, é tudo formidável. E dá gosto vê-la comer. Com as duas mãos, segura a ponta de uma costela assada, que pousa acima do arroz branco, com feijão no alecrim e purê de abóbora. Habilidosa, desprende a carne do osso com talher. Os cantos da boca brilham como os olhos. Entre uma mordida e outra, sorri. E a gente sorri de volta. As guarnições são meticulosamente colocadas no garfo e Chica fecha os olhos para começar a mastigação, que é lenta e compassada. O bolo alimentar dança pelas bochechas. Com o mesmo sorriso, intercala o chupar do osso e dos dedos e deixa escapar o típico "hum". Chica enche a própria barriga e a casa de alegria. A gente mal consegue comer diante dela, encantados com os movimentos e a luz.

Nenhum comentário: