18 abril 2012

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Nara

Bienal do livro. Os trafegantes continuaram suas caminhadas como se nada estivesse acontecendo. Nara foi parada por um coelho laranja de pelúcia de dois metros, que dizia ser o Seu Exu Espelho. Escutou com atenção: "olhe para si, minha fia. Mude não porque é certo mudar, mas porque permanecer como está lhe faz sofrer". As pontas das orelhas piscaram, como se houvesse luzes de natal ali. Por um segundo, Nara se distraiu. Talvez tenha sido lançada às memórias da infância. Mas voltou a tempo de ouvir que devia ser mais gentil consigo mesma. O coelho foi embora. Ninguém parecia ter visto nada. Esbarrou em alguns olhadores de estantes e concluiu que às vezes era bom ouvir o óbvio.

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