06 abril 2012

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Silvia

Missa. Envolvida na reza, confessava e pedia perdão pelos seus pecados e pelos dos outros. Cantava, devotíssima, os cânticos de olhos fechados e mãos levantadas. O véu de rendinha lhe dava um ar de beata de interior. Pedia graças fervorosamente. De volta à casa, tomava seus xaropes, prendia os cabelos e pendurava vassouras e rodo. Sexta-feira Santa ninguém faz nada - a mãe lhe ensinara. De frente para a TV desligada, segurava o terço, sem rezar. Lembrava da juventude e lamentava ter atentado tanto os ensinamentos de Jesus. Via-se usando vestidos de chita provocantes, maquiando-se. Fazer o quê? Hoje, nem bordar podia.

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