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Zazá
Moro naquela ponte. Tenho um fogão de tijolos, duas panelas,
um
colchão. Nunca estou sozinha, a rua é muito movimentada e tem sempre um
diabo
pra conversar comigo – vivo ou não. Mulheres de carro fazem cara de nojo
e, se as abordo, mudam indecentemente a expressão para pena, quase
pedindo perdão.
Não me fizeram nada. Tenho dois livros também. Já tive uma bíblia, mas
dei para
outro transeunte. Detesto a bíblia. É leitura de gente culta, o que é
diferente
de inteligente. Eu sou inteligente. Até hoje ninguém nunca conseguiu me
roubar
ou me estuprar. Agora chega de conversa mole. Tenho que fazer meu
almoço.
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